21/10/19 | Ver no browser

Para entender a ruptura é preciso contexto

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Contém 36 fontes de informação. Tempo de leitura: 10 minutos

The Shift, agora em streaming, uhu!

Muita gente nos pergunta como fazemos a The Shift.
Com muita conversa, insights, fontes bacanas e um bocado de risadas. Aí pensamos, por que não abrir a "reunião de pauta"?
Dessa ideia nasceu The Shift, o podcast, que estreia esta semana, em parceria com a rede B9, e patrocínio da Embratel. O piloto está no ar (ouça aqui) e toda quarta-feira tem episódio novo. Esperamos que gostem!

As novas métricas da transformação

Os programas de transformação dos negócios há muito se concentram na melhoria da produtividade, usando uma abordagem focada em ter empresas que funcionem melhor e mais rápido, pelo menor custo. O problema é que essa abordagem deixou de ser suficiente.

A disrupção habilitada pelas tecnologias digitais está atingindo setor após setor, pressionando as empresas existentes a repensar, com urgência, quem e o que são.  Nesse contexto, liderar uma transformação bem-sucedida exige muito mais do que apenas escolher os movimentos certos. A transformação que reformula uma organização para o futuro requer um realinhamento de expectativas, processos e cultura.

Exige, sobretudo, um programa intenso, bem gerenciado e que permeie toda a organização com vistas a melhorar o desempenho e a saúde organizacional. E seus resultados devem sempre ser medidos. A Mckinsey desenvolveu uma metodologia de análise que destaca quatro indicadores capazes de ajudar as empresas a maximizar suas chances de sucesso na transformação digital. São eles:

  1. Escopo abrangente - Empresas de sucesso transformam todo o negócio, em vez de restringir a transformação a unidades ou funções de negócios individuais. Um escopo mais abrangente aumenta as chances de criação de oportunidades para geração de valor.
  2. Movimentos rápidos e frequentes - Em transformações bem-sucedidas, as empresas "saem da caixa" e convertem sua explosão inicial de geração de ideias em um plano viável, de rápida execução.
  3. Boa saúde organizacional - As empresas saudáveis ​​valorizam o engajamento desde o primeiro dia - adotam normas de transparência e incentivam o diálogo desde o início.  Em outras palavras, estabelecem metas claras e mensuráveis ​​de saúde organizacional em conjunto com seus objetivos financeiros.
  4. Aspirações crescentes - As empresas que obtêm as transformações mais bem-sucedidas frequentemente desenvolvem suas aspirações, tornando-as mais agressivas à medida que a transformação avança, realizando mais do que pensavam possível desde o início.
Em uma entrevista exclusiva concedida à The Shift, a escritora e consultora Charlene Li, que acaba de lançar o livro The Disruption Mindset: Why Some Businesses Transform While Others Fail, afirma que as empresas devem trazer a disrupção para o coração do negócio e envolver toda a organização no entendimento de quem serão seus clientes/consumidores futuros, o que pode ditar a mudança radical do modelo de negócio atual. Se não leu, confira.

11 indústrias impactadas pelo mercado meatless 

O movimento "meatless", que abrange a oferta de alternativas à carne de origem animal - proteína animal produzida em laboratório; carne derivada de proteína vegetal, e até opções baseadas em insetos -, também conhecido como indústria de substitutos de carne, ganhou tanta força nos últimos anos que já impacta 11 outras indústrias, segundo levantamento da CB Insights: do fast-food, com seu hambúrguer à base de plantas, até o mundo da moda, passando por fármacos e beleza.

O mercado global de substitutos de carne foi avaliado em aproximadamente US $ 11,92 bilhões em 2018 e deverá gerar cerca de US $ 21,23 bilhões até 2025, com um CAGR de cerca de 8,6% entre 2019 e 2025, de acordo com a Zion Market Research.  

Nos últimos meses, grandes produtores de alimentos como Tyson, Smithfield, Perdue, Hormel e Nestlé aderiram ao movimento sem carne, encorpando as estatísticas.  Analistas projetam que só o mercado de alimentos à base de plantas e de carne criada em laboratório poderá valer até US$ 85 bilhões até 2030.

Uma grande caminhada para a humanidade

Na manhã do dia 18 de outubro, as astronautas da NASA, Christina Koch e Jessica Meir, fizeram história ao sair sozinhas da Estação Espacial Internacional, realizando a primeira caminhada espacial só de mulheres. O vídeo que escolhemos mostra apenas um trecho da caminhada, mas é possível rever as 7 horas e 17 minutos, tempo total passado por Christina e Jessica no espaço, consertando uma unidade de energia que estava defeituosa, transmitidas ao vivo pela NASA.

A NASA tem 38 astronautas em atividade, e 12 são mulheres. Mas a caminhada teve que ser adiada em março por falta de traje espacial adequado para uma delas (a parte superior do traje espacial). O fiasco do traje é uma boa metáfora do problema enfrentado pelas mulheres em todos os ambientes de trabalho, como bem apontou a Quarz. Da temperatura do ar-condicionado no escritório, aos trajes espaciais, ainda temos muito o que fazer para garantir diversidade.

Historicamente, o mundo já teve 564 viajantes espaciais, mas apenas 65 são mulheres. Dessas 65, 14 norte-americanas e uma russa foram as únicas astronautas a fazer caminhadas espaciais nos últimos 35 anos. Christina e Jessica foram as únicas a sair desacompanhadas. A inspiração que faltava para garotas e jovens mulheres escolherem mais carreiras em tecnologia.

Um terno branco disruptivo

A ruptura é uma constante que atinge todos os negócios, em todos os mercados. Nunca é demais repetir. A tecnologia acelera, disrupta e impacta as empresas. Adotar automação para não perder produtividade e velocidade é obrigatório em vários segmentos. Cabe aos CEOs entender como equilibrar esse movimento com a reorganização da sua força de trabalho, recapacitando-a para atuar no cenário futuro.

A reflexão é do escritor de livros de negócios Daniel Akst que, em um artigo para a Strategy & Business, usa um jeito divertido de alertar para o problema: convidar os CEOs a assistir o filme clássico de 1951 chamado The Man in the White Suit, estrelado por um Sir Alec Guiness muito jovem.

O filme é uma parábola sobre os efeitos arrasadores e transformativos da tecnologia sobre os mercados. Guiness é um inventor que descobre como produzir um tecido que não suja, não rasga e dura virtualmente para sempre. Os efeitos disruptivos da invenção custam a ser percebidos por ele, que acaba sendo perseguido pela indústria textil e os sindicatos de trabalhadores.

A história voltou para o Século 21, adaptada como peça de teatro, que desde 26 de setembro é exibida no Wyndham’s Theatre, em Londres. 

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As implicações da "Indústria 4.0"

A tecnologia não é o único componente da transformação digital. Participe da conferência iTalks 2019 (5/11/2019, das 8h30 às 17h00) e confira os relatos das empresas e suas jornadas de transformação digital. Na agenda, a visão dos especialistas e as experiências de companhias como Ambev, Ericsson, Veloce, Metalsa, Supergasbras e Peerdustry!

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Hora de hackear a cultura organizacional

A cultura corporativa é ainda uma das grandes barreiras a serem vencidas na direção de levar as empresas para economia digital. Cabe aos CEOs envolver toda a companhia e comandar a estratégia, mas segundo o Gartner, os CIOs (Chief Information Officers) podem virar “hackers culturais”, promovendo ações que quebrem a resistência e os vieses internos, na TI e nas áreas de negócios.

Mas afinal o que são hacks culturais? A Vice-Presidente e Analista do Gartner, Mary Mesaglio, explica que a ideia é "encontrar pontos vulneráveis na cultura e transformá-los em mudanças reais que permanecem e suportam o dia a dia das organizações rumo ao futuro na era digital". Mais fácil explicar com bullets. Dos 10 potenciais hacks de cultura do Gartner separamos os cinco que impactam a agenda da liderança:

  1. Todas as reuniões apoiam a nova estratégia: Torne o assunto tema constante em todas as reuniões até que todos entendam como avançar na estratégia a ser implementada.
     
  2. Decida rápido - Crie uma regra em que todas as decisões precisam ser tomadas dentro de 48 horas. Isso muda a responsabilidade e permite novas abordagens de atuação. Se você tomar uma decisão ruim, ainda estará mais à frente do que se não tivesse tomado nenhuma decisão.
     
  3. Responda perguntas difíceis - Não termine nenhuma reunião até que seus funcionários façam três perguntas realmente difíceis. Para mudar a mentalidade, você precisa estar disposto a enfrentar as questões difíceis em aberto.
     
  4. Admita que não tem todas as respostas: Ao admitir que é impossível ter todas as respostas, cria-se uma mentalidade de crescimento e um ambiente focado no aprendizado.
     
  5. Agenda “15/60/15”:  Elimine reuniões consecutivas da agenda, ou não vai ter tempo para pensar e agir. Use a técnica de fatiar: reserve 15 minutos antes e 15 minutos depois para checar os e-mails, acompanhar as sugestões de reuniões ou verificar o andamento de outro projeto.

A vida difícil do consumidor digital

A vida digital não está fácil. Cada vez mais os consumidores enfrentam o dilema de ter de escolher entre as vantagens de ceder seus dados para ter experiências melhores e o medo de ter esses mesmos dados utilizados de forma indevida ou criminosa. E, segundo a pesquisa Paradox Privacy Reloaded, da HERE Technologies, o Brasil tem a maior taxa de desconfiados: 78% dos brasileiros estão preocupados em compartilhar informações pessoais digitalmente, contra 53% da média global. A pesquisa ouviu mais de 10 mil consumidores em dez países.
 
44% dos brasileiros topariam compartilhar seus dados de localização desde que saibam quem, quando e para que seriam utilizados. E 68% gostariam de um modelo padronizado para definir previamente as preferências de compartilhamento de dados de localização. Entre as aplicações em que mais confiam estão apps de transporte (78%) e aplicativos de mensagens e filmes/streaming (67%).

A intuição não vai levar você à mudança

O psicólogo e ganhador do Prêmio Nobel de Ciências Econômicas de 2002, Daniel Kahneman, deu uma longa entrevista ao podcast The Knowledge Project sobre como a intuição nem sempre é boa conselheira e o que você precisa fazer para superar os preconceitos (vieses) que prejudicam a tomada de decisão e, em última instância, impedem a mudança.

Kahneman é autor do best-seller Pensando Rápido e Devagar e pai da economia comportamental (que lhe valeu o Nobel). No livro ele resume sua teoria, que prova que, apesar de acharmos o contrário, não somos racionais nem confiáveis na hora de tomar decisões baseadas em intuição porque elas geralmente nascem dos vieses cognitivos.

"O que impede o pensamento claro é que temos visões intuitivas de quase tudo. Assim que você me apresentar um problema, tenho uma resposta pronta. O que impede o pensamento claro são aquelas respostas prontas".

O garimpo da semana

  • A ONU, através do Programa Mundial de Alimentos, está procurando um unicórnio para acabar com a fome no mundo até 2030.
     
  • A SpaceX pediu à União Internacional de Telecomunicações permissão para colocar mais 30 mil satélites em órbita, o que poderia levar sua rede operacional para 42 mil Starlinks. Até o momento, a humanidade lançou apenas cerca de 8,5 mil satélites.
     
  • A Piaggio Fast Forward (PFF), subsidiária da fabricante da scooter Vespa, começa a vender no próximo mês o Gita, um pequeno robô esférico que segue seu dono carregando até 18 kg. Preço? US$ 3.250.
     
  • Por falar em robôs, 64% dos trabalhadores dizem confiar mais neles do que em seus gerentes humanos, segundo uma nova pesquisa da Oracle e o Future Workplace.
     
  • A Inteligência Artificial está progredindo mais lentamente do que o hype sugere, opina Melanie Mitchell, autora do livro “Artificial Intelligence: A Guide for Thinking Human“.
     
  • Regulamentações de criptomoeda estão sendo lentamente introduzidas nos mercados financeiros globais. Elas ajudam a monitorar essas moedas digitais emergentes e permitem diretrizes mais claras e uma medida de segurança. A  Comply Advantage mapeou como os reguladores estão tratando as criptomedas no mundo.
     
  • Fintechs são frequentemente associadas à geração Millennium. Mas existe um mercado crescente de fintechs que atendem às necessidades de Baby Boomers e aposentados - e por boas razões.
     
  • Melhorar a experiência do cliente (CX) e fazer da transformação digital uma prioridade é algo que vem sendo comentado há anos. Mas agora a prova está nos números.

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