28/10/19 | Ver no browser

Para entender a ruptura é preciso contexto

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Corporate Venturing ganha fôlego

O capital de risco corporativo (CVC) vem crescendo a uma taxa sem precedentes, segundo o recém lançado relatório “Unlocking Corporate Venture Capital”, da 500 Startups, que ouviu 100 profissionais de CVC em 35 países, incluindo o Brasil.  

Os resultados mostram que a atividade de Corporate Venturing é adotada por dois motivos: primeiro proteger e depois construir. Para sobreviver e prosperar nesse ambiente, as empresas precisam aprender e se mover mais rapidamente e fazer mais pelas empresas de seu portfólio. E os instrumentos disponíveis estão cada vez mais diversificados.

O leque de opções inclui aceleração, compra, parceria e investimento. É possível buscar P&D tradicional, criar novas proposições de valor com aceleradores internos ou de terceiros, e até criar um CVC estratégico ou financeiro.

Não há uma bala de prata para o sucesso ou um tamanho único para todos os modelos”, comenta Bedy Yang, sócia gerente da 500 Startups.  Mas o estudo aponta cinco fundamentos que todos que desejam ter uma operação de CVC devem observar:

  1. O tempo importa – Procure acelerar a maximizar sua taxa de aprendizado e busque vitórias rápidas;
     
  2. Os retornos também – Decida de antemão quais serão os retornos desejados;

  3. Não olhe só para o ROI – No caso dos acordos estratégicos busque medir o retorno para a inovação, não só o retorno ao investimento. Ou seja, meça também o aprendizado e a economia de custo gerada;
     
  4. Forneça capital inteligente e estratégico – Isso inclui fornecer capacidade de expansão na forma redes de distribuição, conhecimento técnico e comercial, co-desenvolvimento de P&D, acesso a um novo mercado, etc;
     
  5. Incorpore sua atividade de Corporate Venturing ao seu framework de inovação – É preciso desenvolver um portfólio de startups com as quais formar parcerias, investir para acelerar a inovação e a transformação, e até pensar na possibilidade de aquisição.

Na perspectiva das corporações, a competitividade precisa ser substituída pela visão de colaboração. Já do lado dos empreendedores, a parceria precisa ser vista como uma alavanca de crescimento para o negócio.  No Brasil, o estudo "Corporate Venturing no Brasil: co-inovando em rede", elaborado pelo Sebrae e a Anprotec, aponta que programas deste tipo ganharão ainda mais força pelos novos incentivos fiscais que estão surgindo.

Acordo garante sobrevivência do WeWork 

O Softbank e a WeWork chegaram a um acordo que livra a empresa de aluguel de espaços de coworking da falência iminente. O socorro oferecido por Masayoshi Son soma US$ 9,5 bilhões, sendo US$ 5 bilhões em novo financiamento, US$ 1,5 bilhão que já estava garantido, e US$ 3 bilhões para comprar os acionistas remanescentes.

A injeção de financiamento garante ao Softbank 80% de participação e derruba o valuation do WeWork para US$ 8 bilhões, uma redução de 85% dos US$ 47 bilhões da avaliação em janeiro. A notícia tranquilizou as mais de 500 mil pessoas que alugam espaço nos prédios da WeWork em mais de 120 cidades de 35 países, mas indignou e preocupou muita gente: 

O Vision Fund, da Softbank, avisa que agora decidiu se afastar da estratégia de investimento de alto risco. Masayoshi Son está redirecionando sua equipe para se concentrar na melhoria da governança corporativa e da lucratividade das empresas do portfólio, à medida que a companhia se prepara para montar um segundo Vision Fund e está em modo de captação nesse momento.

Uma das dúvidas é se o trio que agora controla o WeWork - Masayoshi Son, Marcelo Claure e Ron Fisher - vai dar conta do recado. Um artigo da CNBC explora o fato de que os três estão no board da Sprint, empresa de telecom que há seis anos passou a ter controlada SoftBank, que comprou 72,5% das ações por US$ 21,6 bilhões, e não conseguiram virar o jogo lá

Para complicar, o boliviano Marcelo Claure, que acaba de assumir como CEO do WeWork, irritou muita gente ao dizer ao funcionários que o investimento de US$ 18,5 bilhões do Softbank "em perspectiva é maior que o PIB do meu país, onde existem 11 milhões de pessoas". O Recode deu a transcrição de toda a apresentação.

O futuro depende de empatia imaginativa

Bina Venkataraman é professora do MIT e autora do livro "The Optimist's Telescope". Nessa palestra do TED ela nos convida a pensar o impacto das nossas decisões para as futuras gerações, redimensionando as preocupações de curto prazo, dando o devido peso para as previsões e também para a possibilidade de imaginar vividamente o futuro. Como? Nos livrando de três erros muito comuns: Medir errado, olhando apenas os lucros trimestrais;  Recompensar errado a liderança; e Sufocar a imaginação, gastando muito menos tempo imaginando as possibilidades que o futuro nos reserva.

Ruim para fazer negócios

Saiu o Doing Business 2020, ranking do Banco Mundial que mede anualmente quão fácil é fazer negócios nos 190 países examinados, e o Brasil voltou a decepcionar.  Caímos da 109.ª para a 124.ª posição. índia, Paquistão e Bahrein entre os países que sobressaíram positivamente.

Chama atenção não só o fato de outros países em desenvolvimento terem sido mais ágeis que o Brasil na implementação de reformas econômicas capazes de tornar o ambiente de negócios mais atrativo aos investidores, como os motivos pelos quais pioramos. Entre eles, em especial, a obtenção de eletricidade, insumo básico para a maioria das atividades econômicas.

O Brasil caiu da 40.ª para a 98.ª colocação no indicador de obtenção de eletricidade, que mede os procedimentos, o tempo e o custo para se conectar à rede elétrica, a confiabilidade do fornecimento de eletricidade e a transparência das tarifas.  Em novembro as contas de luz voltarão a ter bandeira vermelha patamar 1, informou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Só este ano os brasileiros já pagaram R$ 32 bilhões em taxas extras na conta de luz. E um estudo recente do Fórum Econômico Mundial também já havia apontado a estagnação do país no setor de energia.

Por que isso importa? Embora o Doing Business pouco fale sobre a facilidade ou dificuldade de se fazer negócios digitais, o indicador de energia elétrica diz muito sobre a sustentabilidade das "empresas digitais" (em especial aquelas que têm uma plataforma digital como núcleo de seu modelo de negócio). Refrigeração e energia estão entre os itens essenciais para a escolha do data center ideal, por exemplo.

Já ouviu o The Shift hoje?!

Como prever as tecnologias vão impactar os próximos 10 anos sem bola de cristal é o tema do segundo episódio. Convidados: Regina Gianetti, especialista em Mindfulness; e Fábio Gandour, evangelista digital, ex-cientista-chefe da IBM Brasil.
Confere lá: The Shift, o podcast, parceria com a rede B9, patrocínio da Embratel. Toda quarta-feira tem episódio novo.

- Hello Google! O que é o BERT?

Consultas mais complexas poderão ser executadas pelo mecanismo de busca do Google graças a um novo algoritmo chamado “Bidirectional Encoder Representations from Transformers”, ou simplesmente BERT!

Baseado em técnicas avançadas de Processamento de Linguagem Natural (PNL), rodando na arquitetura de rede neural Transformer, o BERT deve melhorar os resultados de uma em cada dez pesquisas na plataforma. Antes, buscas com gírias ou palavras com vários significados confundiam o algoritmo, que as interpretava literalmente, gerando resultados irrelevantes. O BERT pretende superar esse problema entendendo as nuances e o contexto das palavras, como em uma conversa. Mas, por enquanto, apenas em inglês, embora a novidade esteja prevista para outros idiomas.

Importante: ele não substitui o RankBrain ou outros algoritmos similares, embora possa ser usado em conjunto com eles. E da mesma forma que não é possível otimizar conteúdo para o RankBrain, não é possível fazê-lo para o BERT. Porém já sabemos que será usado em publicidade.  Vale lembrar que a busca está no centro dos negócios do Google com anúncios digitais, que faturam US $ 136 bilhões por ano.

Outro uso provável é na evolução da busca por voz e a otimização de seu assistente virtual, um avanço importante na briga com competidores como Siri e Cortana. Afinal, poderemos fazer buscas com frases mais naturais e não apenas empilhando palavras-chave.

Pequenos sistemas, grandes aplicações

De pílulas inteligentes a nanorrobôs minúsculos e sensores sempre ativos que percorrem o nosso corpo, a nanomedicina está repleta de possibilidades, como bem resume esse  infográfico da Best Health Degrees.
Para o câncer, a nanomedicina oferece mudanças promissoras nos métodos atuais. Grandes oportunidades são esperadas também para o tratamento de doenças neurológicas. A absorção insuficiente de medicamentos orais administrados para uma variedade de patologias, como Alzheimer e Parkinson, entre outros, abre a necessidade de nanomedicina com terapia com células-tronco. A grande dúvida é se a nanotecnologia médica pode ser fabricada em escala acessível. Um relatório “Healthcare Nanotechnology (Nanomedicine) Market” procura responder.

A ordem é reutilizar espectro

A Darpa está apostando na IA para garantir o futuro da comunicação sem fio, base sobre a qual se constrói grande parte da vida moderna.  As equipes finalistas da sua competição “Spectrum Collaboration Challenge” (SC2) usaram sistemas de rádio gerenciados por IA para compartilhar o espectro sem fio com mais eficiência do que as bandas estáticas pré-alocadas.
 
O objetivo era transmitir mais dados usando menos espectro que os padrões existentes, como o LTE. Os finalistas demonstraram uma capacidade impressionante de reutilização de espectro. Algo extremamente relevante diante da falta iminente de espectro sem fio, compartilhado não só por serviços comerciais, como também por serviços de comunicação governamentais e militares.  E que se torna ainda mais urgente com a chegada das redes 5G .

O garimpo da semana

  • A Anatel revisou as regras para a liberação da venda e uso de produtos de telecomunicações no país. Entre as principais alterações está o fim das cobranças para a expedição dos certificados de homologação. A medida beneficia radioamadores, proprietários de drones e consumidores que importam produtos para uso próprio, entre outros.
     
  • Empreste seu rosto para um robô e ganhe US$ 130 mil. A postagem no blog da Geomiq não especifica se seus designers estão buscando uma idade ou sexo específico para o rosto robótico. Os candidatos devem ter um rosto “gentil e amigável” e estar dispostos a ceder seus direitos de imagem.
     
  • O Ibama vai dar acesso a mais 21 bases de dados, entre 2020 e 2021. O que já está efetivamente aberto pode ser consultado aqui.
     
  • US $ 200 milhões para startups que criem usos para o 5G além dos smartphones, impulsionando a adoção de redes de última geração e adaptando serviços para empresas. É  o que dispõe o recém lançado Qualcomm Ventures 5G Ecosystem Fund.
     
  • O mercado de câmeras domésticas inteligentes ultrapassará US $ 7,9 bilhões globalmente este ano, segundo a Strategy Analytics.
     
  • Big techs abrindo espaço no setor financeiro é uma das 7 tendências que vão transformar a maneira como os bancos oferecem serviços a seus clientes nos próximos anos, segundo a McKinsey.
     
  • A Amazon é a mais nova gigante militar da América, diz a reportagem de capa da edição especial da MIT Rechnology Review sobre o emprego de tecnologia na guerra.
     
  • Imprimir um foguete em 3D é a meta ambiciosa da Stargate, novo produto da Relativity.
     
  • A década de 2020 promete. Da revolução da automação até a IA cada vez mais perigosa, passando pelo geohacking do planeta e os avanços radicais da biotecnologia, aqui estão os desenvolvimentos mais futuristas que a Gizmodo, a io9 e a Earther esperam vera nos próximos 10 anos.
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