O contexto da ruptura | 13/04/20

Bom dia!

Desejamos que sua semana seja ótima, mas não podemos deixar de lado o elefante no meio da sala - o risco catastrófico de uma ciberpandemia em meio à Covid-19. Um cenário de terror vem do estudo Bashe Attack, que você lê abaixo. Os milhões de endpoints ativos e as VPNs sobrecarregadas ativaram o sinal de alerta no mundo todo. Tanto que estreamos esta semana nossos webinars corporativos ao vivo discutindo o problema. Cadastre-se e participe.
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Os riscos de uma ciberpandemia

Em 24 horas, um só e-mail infectado, aberto e passado adiante, poderia infectar 30 milhões de dispositivos digitais travando, com um ransomware, os sistemas de mais de 600 mil empresas no mundo todo. O custo dessa ciberpandemia seria de US$ 193 bilhões, dos quais apenas 14% teriam algum tipo de seguro contra ciberataques, deixando portanto um rastro de prejuízo de US$ 166 bilhões.

Esse é o cenário do estudo "Bashe attack: Global infection by contagious malware", elaborado pelo Cambridge Centre for Risk Studies, o Cyber Risk Management Project e a seguradora Lloyd's, de Londres. O estudo projeta com detalhes a origem do malware - um grupo de hackers que durante seis meses elaboram o ransomware perfeito e combinam as regras para dividir o butim entre si. E avança nos impactos em diferentes verticais econômicas.

Poderia ser o roteiro de um filme de ficção, só que não. Em meio à pandemia da Covid-19, com milhões de pessoas trabalhando em home office, VPNs sobrecarregadas, softwares não atualizados e CIOs e CISOs atuando como first responders em uma guerra, uma pandemia cyber é um risco real esperando para acontecer. Os milhões de endpoints ativos nesse momento transformam os firewalls corporativos em potenciais "queijos suíços", e não é hora de ter complacência sobre o problema, alerta a IT World.

O colunista sênior da Forbes, Louis Columbus, faz um roundup da cibersecurity 2020 em face da Covid-19, remetendo a dezenas de estudos sobre o tema. "As identidades e dispositivos dos trabalhadores remotos são o novo perímetro de segurança. É para isso que a Zero Trust Security foi projetada, e o mundo pós-pandêmico é o seu teste definitivo", escreve.

Claro que perto dos prejuízos de mais de US$ 2,7 trilhões que a Covid-19 pode provocar, os US$ 193 bilhões "parecem pouco", mas é preciso levar em conta que o Bashe Attack não incluia uma pandemia cyber no meio de uma pandemia viral. O travamento de empresas por um ransomware nesse momento seria catastrófico.

Tão real, e tão grave, que levou um grupo de experts globais em cibersegurança a criar a COVID-19 Cyber Threat Intelligence (CTI) League (apelidada de Liga da Justiça Cyber), para ajudar empresas a combater ataques de malware. No grupo só é possível entrar por convite e o foco principal é proteger organizações de saúde contra ameaças. A ideia dos voluntários é trabalhar 24x7. "Estamos em 69 países e 22 fusos horários e prontos para ajudar a qualquer hora", diz o manifesto.

  • Uma análise dos riscos em ambiente remoto do ponto de vista do setor de seguros contra riscos digitais;
     
  • O que os CIOs e CISOs podem fazer? Um checklist gigante foi elaborado pela KPMG;
     
  • Um relatório da Accenture, elaborado a partir de entrevistas com 8.300 empresas globais, mostra que apenas 10% delas têm o que a companhia chama de "systems resilience" ao coronavírus, atributo necessário para enfrentar a crise;
     
  • A Kearney incluiu na sua área sobre a Covid-19 um checklist de 4 pontos sobre cybersegurança;
     
  • Nos Estados Unidos, a Cybersecurity and Infrastructure Security Agency (CISA), o braço cyber do departamento de Homeland Security, divulgou um alerta apontando especificamente para as vulnerabilidades do trabalho em casa e os riscos das VPNs.
Participe dessa conversa ao vivo que inclui entrevista com Claudio Neiva - VP Analyst de Segurança de Dados e Privacidade do Gartner.

Rastreamento por proximidade é a solução?

Google e Apple decidiram somar forças para permitir o uso de tecnologia Bluetooth no combate  à propagação do coronavírus, tendo a privacidade e a segurança dos usuários como elementos centrais da empreitada, dizem. Uma alternativa mais comedida à suposta rede de vigilância nacional na qual a Casa Branca estaria interessada.
 
O plano, a partir de maio, é ter APIs que permitam a interoperabilidade entre dispositivos Android e iOS usando aplicativos de autoridades de saúde pública. Até lá, Apple e Google esperam já ter habilitado uma plataforma mais ampla de rastreamento de contatos baseada em Bluetooth, normalmente usado para comunicação de curta distância entre dispositivos.
 
A vantagem desse sistema, em termos de privacidade, é que ele não depende da coleta de dados de localização. Coleta apenas registros de proximidade. Se dois telefones passarem mais do que alguns minutos dentro do alcance um do outro, cada um deles gravará o contato do outro aparelho, trocando identificadores rotativos únicos baseados em chaves armazenadas em cada dispositivo.  Assim, usando o aplicativo instalado nesses aparelhos, pessoas infectadas poderão alertar que testaram positivo a outras pessoas que estiveram perto delas nos 14 dias anteriores, sem revelar a sua identidade. Como o uso é voluntário, será necessária ampla adoção para tornar a ferramenta eficaz.

Perigos do 'Fobo'

FOBO é o acrônimo da expressão “Fear of a Better Option” (“Medo de uma opção melhor”). O termo foi cunhado por Patrick J. Mcginnis, também responsável pela criação do termo FOMO (Fear of Missing Out).
 
O FOBO está relacionado à espiral em que caímos quando pesquisamos obsessivamente todas as opções possíveis diante de uma decisão, com medo de perder a "melhor". Essa espiral de decisões pode ter um efeito paralisante.  E, pior, prejudicar as próximas decisões.
 
Pode se manifestar em coisas simples do dia a  dia, como escolher um filme, ou mais complexas, sobre qual projeto priorizar. Mas pode ser controlado, como o próprio McGinnis explica nesse vídeo.

A ansiedade bateu, e agora?

Trabalho remoto, mudança de rotina, novas metas, notícias ruins sobre a epidemia de Convid-19… Tudo junto e misturado eleva o estresse e a ansiedade. Dá para controlar? Andréia Mosca, Managing Partner na Green Hat People Brasil e Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude acreditam que sim.  Respira fundo e aperta o play!

O afastamento social também mudou o consumo  

A pandemia de Covid-19 está causando um impacto significativo em todos os aspectos da vida, incluindo o consumo. O infográfico acima é um substrato da pesquisa da Stackline sobre as vendas de comércio eletrônico nos EUA, que compilou as categorias em rápido crescimento e as em declínio, comparando os meses de março de 2020 e março de 2019. Os resultados são supreendentes e deixam uma dúvida no ar: essa mudança drástica no comportamento do consumidor se estabilizará quando achatarmos a curva, ou esse será o novo normal?

Uma rede social para dois. Tendência?

Bem-vinda(o) à era Tuned, o novo serviço do Facebook apenas para casais. O objetivo é permitir a troca de mensagens, de músicas, de fotos, mensagens de vídeos, etc, a dois. Mas apesar de poder ser usado sem um perfil no Facebook e de ser apresentado como um "espaço privado" para os casais se conectarem, não é criptografado de ponta a ponta e possui as mesmas políticas de privacidade da rede social, para permitir a coleta de dados para publicidade direcionada.
 
No momento, está disponível apenas para usuários do iOS nos EUA e no Canadá. Mas, se der certo, poderá chegar a outros mercados onde a tendência de uso de apps e redes sociais que oferecem espaços íntimos e seguros online para poucas pessoas selecionadas, como a Bedford, já esteja em alta.

Garimpo da semana

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