O contexto da ruptura | 14/04/20

Bom dia!

Com dinheiro em caixa, as Big Techs devem aproveitar a crise para ir às compras. Pode ser bom para a economia, mas pode criar monopólios ainda maiores, e os grupos antitruste já afiam as facas. O big money das Big Techs, no entanto, está também sendo usado para impactar vidas, financiando pesquisas contra o coronavírus. Confira o infográfico. 
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Boa leitura.

Uma nova onda de aquisições e ações antitruste

Quando a crise do coronavírus acabar, grandes corporações, como as Big Techs, desempenharão um papel importante para fazer a economia girar. Como ainda terão muito dinheiro em caixa, terão boas oportunidades de ir às compras e adquirir statups e outros ativos, segundo relatório recente do CDT – Center for Democracy & Technology, coordenado por Avery Gardiner.   
 
"Claramente, os danos à economia fiscal vão aumentar a participação de mercado das plataformas de internet, sejam Amazon, Google ou Facebook”, disse Roger McNamee, um dos primeiros investidores e capitalista de risco do Facebook, ao Protocol. O  perigo? Mega-capitalistas construindo monopólios ainda maiores e mais fortes.  Um movimento que já deveria ter surgido no radar de grandes grupos antitruste. Os europeus já largaram na frente.
 
OK, as plataformas não estão completamente imunes às próximas consequências econômicas. À medida que o mercado de anúncios digitais é atingido, o Facebook e o Google, em particular, podem perder mais de US$ 44 bilhões em receita, segundo alguns analistas. As ações também perdem valor. Mas muitos dos lucrativos produtos e serviços das integrantes do grupo FAAMG - Facebook, Amazon, Apple, Microsoft e Alphabet (Google) se tornaram mais relevantes que nunca, deixando-as em posição de lucrar com um mundo em mudança.
 
O plano do Google e da Apple de se unir para criar uma nova tecnologia de rastreamento de contatos para combater o coronavírus, por exemplo, chamou a atenção dos principais formuladores de políticas de Washington. Mas mais em relação à privacidade, transparência e consentimento, do que por qualquer vantagem competitiva que possa gerar para as empresas depois. Teoricamente, a legislação americana antitruste permite essa troca de informações entre empresas se comprovados objetivos legítimos, competitivamente neutros. E também para ações de segurança cibernética.

  • Antes da pandemia, autoridades americanas estavam investigando possíveis práticas anticompetitivas de gigantes da tecnologia como Google e Facebook. A pandemia atrasou o cronograma de trabalho, mas não suspendeu nada. 
     
  • Este fim de semana, Sarah Miller, fundadora do American Economic Liberties Project, demonstrou preocupação com o fato de a concentração corporativa - especialmente entre empresas de tecnologia - estar levando a mais desigualdade, mesmo durante a pandemia.
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A Matemática pode ser tão divertida quanto Harry Potter

Grant Sanderson é fundador do canal educativo 3blue1brown, no YouTube. Com mais de 2 milhões de assinantes e 85 milhões de views, Sanderson fala sobre matemática, física, cálculo, números primos, redes neurais e até fractais, e consegue convencer de que tudo isso pode ser divertido e fácil de entender. O segredo não está apenas em usar imagens e representações gráficas animadas. Nessa apresentação em um TEDx recente, Sanderson explica que, embora pareça não ter utilidade prática, a matemática pura pode ser tão emocionante quanto um livro de Harry Potter ou um thriller de mistério.

A ansiedade bateu, e agora?

Trabalho remoto, mudança de rotina, novas metas, notícias ruins sobre a epidemia de Convid-19… Tudo junto e misturado eleva o estresse e a ansiedade. Dá para controlar? Andréia Mosca, Managing Partner na Green Hat People Brasil e Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude acreditam que sim.  Respira fundo e aperta o play!

A Casa Branca analisa mais um app de monitoramento

A TripleBlind deve ser a empresa escolhida pela Casa Branca para fazer o rastreamento dos americanos durante a epidemia de coronavírus. A startup de Kansas City está se movendo extremamente rápido e sendo obrigada a lidar com as mesmas suspeitas por trás de todas as iniciativas de monitoramento e vigilância. Há quem a acuse de não estar sendo suficientemente transparente sobre como a tecnologia funciona.
 
Curiosamente, a tecnologia principal do sistema é "um tipo de criptografia de nicho chamada de computação multipartidária segura", que a DARPA estuda há anos. Basicamente significa reunir informações de várias partes para executar análises sobre essas informações (pense em algo simples como calcular uma média, por exemplo), mas fazê-lo de forma que ninguém tenha toda a informação. 
 
Ainda não temos certeza de que aproveitar esta oportunidade será bom para os nossos negócios. É uma grande oportunidade de divulgar nosso nome, uma grande oportunidade de obter uma exposição mundial”, diz Greg Storm, COO e co-fundador da empresa. Segundo ele, o risco de usuários perderem a privacidade de seus dados é tão pequeno que é insignificante em comparação com o potencial bem-sucedido de coletar esses dados.

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As FAAMGs contra o coronavírus

Com capitalização de mercado combinada de mais de US$ 4,7 trilhões, o grupo das “FAAMG” - Facebook, Amazon, Apple, Microsoft e Alphabet (Google) - exerce imensa influência na economia. E tem enorme potencial de impactar vidas durante esse período desafiador em que vivemos.  O infográfico de hoje retrata as contribuições financeiras feitas por essas Big Techs em resposta à pandemia de Covid-19.
 
Juntas, elas doaram US$ 1,25 bilhão. Pouco, convenhamos, principalmente diante da única doação de US$ 1 bilhão feita pelo CEO do Twitter, Jack Dorsey. E a alocação desses recursos também diz muito sobre a administração dessas empresas. 
O Google e sua controladora, a Alphabet, concentram seu apoio nas pequenas empresas e pesquisadores da área da saúde. O Facebook, por sua vez, gastou tentando evitar um problema interno: a propagação de notícias falsas através das plataformas que domina. A Amazon financiou várias iniciativas, incluindo várias voltadas para empresas e cidadãos de Seattle, onde seus negócios começaram. A Microsoft está direcionando seus recursos para o programa AI for Health. E a Apple tem doado para ajudar a proteger profissionais de saúde.  

Não está fácil para ninguém

O Softbank espera registrar sua primeira perda operacional em 15 anos por causa de um colapso no valor de seus principais investimentos em tecnologia. A perda operacional deverá ser de 1,35 trilhão de ienes (US$ 12,5 bilhões) ao fim do ano fiscal, que aconteceu em 31 de março agora. No ano anterior, a empresa teve lucro operacional de mais de 2 trilhões de ienes.
 
Só o Vision Fund deve perder 1,8 trilhão de ienes (16,7 bilhões de dólares) devido ao "ambiente de mercado em deterioração”, por conta da incerteza gerada a partir da pandemia de coronavírus, diz o comunicado da empresa.  Mas não dá para esconder que os problemas do CEO do SoftBank, Masayoshi Son, começaram bem antes disso, fomentados pelo estilo de despejar dinheiro adotado por ele em operações que se mostraram no mínimo problemáticas, como WeWork, Oyo e Uber, só para citar algumas. 

A Uber, uma das estrelas da carteira que conseguiu fazer o IPO, continua a sofrer com a queda do segmento de viagens em todo mundo e preocupa investidores por continuar sendo negociada bem abaixo do preço. Houve ainda perda de cerca de 800 bilhões de ienes no ano fiscal de 2019 em investimentos do SoftBank mantidos fora do Vision Fund.

No mês passado, a SoftBank anunciou um plano para a venda de  US$ 41 bilhões em ativos para recomprar suas ações e pagar dívidas. E a contratação  de uma empresa de pesquisa independente para recrutar até três novos membros do conselho este ano.

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