Para entender a ruptura é preciso contexto


01/04/2019

Bom dia,

Se para você essa é a primeira The Shift, clique aqui para ler as anteriores. Conheça nossa proposta de jornalismo. Indique para amigos. Desde já, gratidão pela leitura e boa semana.

2019 será o ano dos Decacórnios

O IPO da Lyft (LYFT)) realizado na sexta-feira, 29/03, na bolsa Nasdaq, garantiu à empresa de aplicativos de transporte compartilhado a captação de US$ 2,34 bilhões e um valor de mercado de US$ 26,4 bilhões no final do seu primeiro dia como empresa de capital aberto.

A Lyft é um Decacórnio (decacorn), um unicórnio de mais de dez bilhões de dólares. Seu IPO transformou funcionários, investidores e consultores em novos milionários da noite para o dia. Os co-fundadores Logan Green e John Zimmer agora possuem fortunas de US$ 700 milhões e US$ 480 milhões, respectivamente. Até a ex-conselheira de Barak Obama, Valerie Jarrett, leva US$ 500 mil em ações que recebeu por fazer parte do board da Lyft.

Entre os investidores, a japonesa Rakuten terminou o dia com US$ 2,4 bilhões em ações.  E a GM, que em 2016 investiu US$ 500 milhões na Lyft, leva US$ 1,5 bilhão após o IPO, dinheiro que certamente deve ajudar nos seus problemas no mundo físico. E até a Alphabet, holding da Google, ganhou: seu investimento se transformou em US$ 1 bilhão em ações

A estimativa é de que pelo menos 6 mil novos milionários apareçam em 2019 após os IPOs de outros Decacórnios, como o Uber, Airbnb, Palantir, Slack e Pinterest, segundo a Forbes. Um dos VCs que vai se dar muito bem (levou US$ 1,2 bilhão com o Lyft) é a Andreessen Horowitz, que tem participação no Pinterest, Slack e Airbnb. Criada em 2009 por Marc Andreessen, pioneiro da Internet, fundador da Netscape, a empresa é uma "star maker" do Silicon Valley.

A Era da sociedade superinteligente

O Japão é um país com enormes desafios: tem a população “mais envelhecida” do planeta (26,3% dos cidadãos com mais de 65 anos de idade); grandes desastres naturais; e sofre com a poluição. O governo  japonês decidiu enfrentar os três com abordagens inteligentes da tecnologia. E chama esse plano de Sociedade 5.0.

Os japoneses descrevem a iniciativa como um esforço intencional para criar um novo contrato social e modelo econômico, incorporando totalmente as inovações tecnológicas em todos os estratos sociais. O caminho para essa sociedade superinteligente é pavimentado por tecnologias como a Internet das Coisas, IA, Realidades Virtual e Aumentada, Big Data /Analytics, Robótica e muitas outras.  Só na robótica, eles prevêem US$ 87 bilhões em investimentos, e o mercado de IoT deve atingir US$ 6 bilhões em 2019.

A essência da Sociedade 5.0 é combinar todas essas tecnologias para tornar possível encontrar rapidamente a solução mais adequada que atenda às necessidades de cada indivíduo, independente de onde esteja. A ênfase é na capacitação de cada indivíduo para participar ativamente e viver com segurança, conforto e segurança, mesmo nos locais mais remotos.  

Globalmente, o número de pessoas com 60 anos ou mais deverá duplicar até 2050 e mais do que triplicar até 2100, de acordo com a revisão de 2017 da World Population Prospects. Isso sugere que muitos países fariam bem em monitorar como a Sociedade 5.0 do Japão se desenvolve, e como o Japão usará as novas tecnologias para reinventar-se, evitando prejudicar a economia pelo rápido envelhecimento da população e redução da força de trabalho.

A Indústria 4.0 será ainda melhor com o 5G

Acontece esta semana na Alemanha a HANNOVER MESSE 2019, principal feira de tecnologia industrial do mundo, dedicada à Indústria 4.0. Este ano, uma das estrelas é a tecnologia 5G. "O mundo nunca viu uma variedade tão grande de exemplos do uso industrial do 5G, em uma rede real e funcional",  diz Jochen Köckler, um dos executivos responsáveis pela organização do evento.

O Morgan Stanley estima que cerca de US$ 225 bilhões serão gastos na implantação de redes 5G até 2025. A automação fabril responderá pela maior parte do bolo (US$ 64 bilhões). Não por acaso, Craig Silliman, VP executivo da Verizon, se refere ao 5G como a espinha dorsal da Indústria 4.0. 

"Com a introdução do 5G na produção automotiva estamos adquirindo novas possibilidades para conectar máquinas via radiofrequência”, comenta Henning Löser, chefe do Laboratório de Produção da Audi. Junto com a Ericsson e a Sick, a montadora vai mostrar como robôs colaborativos podem interagir com os operários, em tempo real, graças à baixa latência e alta disponibilidade do 5G.

Qual a diferença entre Inovação e Disrupção? A inovação é uma "falsa promessa", porque pinta um quadro colorido de mudança fácil. Já a disrupção é brutalmente honesta. Ela diz "vamos ter que crescer, vamos ter que mudar e não vai ser fácil, vai ser dolorido". Em 56 segundos, Charlene Li, provoca os CEOs.  

Startups, governança e regulação no Brasil

O número de startups mais do que dobrou no Brasil nos últimos seis anos, atingindo a marca de 62 mil empreendedores e 6 mil empresas, segundo dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups). No entanto, pesquisas mostram que a taxa de mortalidade das startups é muito alta, (cerca de 75%). 

Boas práticas de governança corporativa podem reduzir o risco de insucesso no setor. O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) desenvolveu e lançou um guia específico de governança para startups e scale-ups. O objetivo é encorajar a adoção das melhores práticas durante as quatro fases de maturação de uma startup (ideação, validação, tração e escala).  

Na ponta da regulação, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou a Portaria CVM/PTE 48/2019, que introduz formalmente o conceito de sandbox regulatório no Brasil. Ele deve possibilitar a criação de normas temporárias que protejam os investidores e o mercado dos potenciais riscos das fintechs sem inibir o crescimento e ritmo das startups. 

"It's the culture, stupid!"

50 funcionários! Por que este é o número mágico a partir do qual muitas startups começam a colocar em risco a sua sobrevivência? A resposta mais óbvia é que acima desse valor começa a pesar a falta de cultura corporativa. "Isto não é apenas sobre regras; é também sobre a filosofia geral da empresa", comenta o empreendedor Joe Procopio.

As 6 forças transformadoras de Healthcare

seis forças transformando a saúde | The Shift

As tecnologias disruptivas empoderam pacientes e agora transformam a indústria de cuidados médicos. Em 2020, parte dos 50 bilhões de dispositivos conectados serão usados por pessoas para monitorar dados de saúde. A Publicis Health criou uma série de sete infográficos mapeando as seis forças que estão transformando o futuro de healthcare. Esse é o primeiro, e dele você navega para os seguintes..

A rede Carrefour em parceria com a startup Zaitt inaugurou no Itaim, em São Paulo, o primeiro mercado 100% autônomo, no qual o cliente compra e paga com smartphone, sem interação com funcionários. A ação é parte da guinada digital comandada por Paula Cardoso, CEO do Carrefour eBusiness Brasil, nova divisão do grupo

Para acompanhar e ler

  • E se Mark Zuckerberg tivesse permanecido na escola? Mais dois anos em Harvard poderiam ter ensinado lições importantes, capazes de mudar o curso no Facebook, defende Douglas Rushkoff
     
  • Por que a biologia vai definir o século 21? A neurocientista Susan Hockfield, primeira bióloga e primeira mulher a dirigir o MIT (2004 a 2012), arrisca algumas respostas no livro "The Age of Living Machines: How Biology Will Build the Next Technology Revolution", que tem lançamento previsto para 7 de maio.
     
  • O consentimento expresso para o uso de dados pessoais é a base do GDPR e da nossa Lei Geral de Proteção de Dados (a LGPD). Esse guia prático, focado no GDPR, explica tudo o que é preciso saber a respeito. 
     
  • Diga olá para a capsule network, alternativa de pesquisadores do Google às redes neurais tradicionais. Nesses dois artigos, publicados pela arXiv.org e pela OpenReview.net, eles explicam como ela funciona.
     
  • O NFC Forum e a  LoRa Alliance uniram forças em torno do desenvolvimento de soluções conjuntas para aplicações de Internet das Coisas. As duas entidades estão convencidas de que nenhum padrão ou tecnologia pode atender às necessidades de todos os casos de uso da IoT.
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